A Akasha Meds, empresa de cannabis medicinal que já fez sua estreia nas farmácias brasileiras, abriu uma primeira rodada, e provavelmente única, de captação de recursos para expandir suas operações. A meta é levantar até R$ 8 milhões por meio de uma plataforma de financiamento coletivo, a Bloxs, viabilizando planos de crescimento e, por tabela, ajudando a quebrar o recorde de captação via crowdfunding no país, hoje de R$ 7,5 milhões.
A Akasha nasceu há um ano, a partir da união três nomes conhecidos dentro ou fora da medicina canábica: Francis Mayry, CEO da empresa, é fundadora do movimento "Mães da Cannabis"; Emanuel Catori, diretor comercial, é presidente da Belcher Farmacêutica do Brasil e trouxe a empresa para a sociedade; e Henrique Fogaça, diretor institucional, é chef de cozinha e defensor da cannabis por causa da filha primogênita Olívia, que padece de uma síndrome rara.
Segundo Francis, com os recursos captados, o plano é trazer para o Brasil parte do processo de obtenção do óleo - formulação, manipulação e envase -, que hoje é feito por um fornecedor na Suíça, embora a empresa tenha fornecedores também em outros países. "Até agora, trabalhamos com recursos próprios. Para ganhar escala e seguir competindo, precisaríamos dessa rodada para levantar capital de giro", conta.
Os investidores que aderirem à operação têm direito a dividendos e os três sócios originais dizem que vão reinvestir todo o retorno que receberem, garantindo o crescimento do negócio. Em cinco anos, a projeção é chegar a 225 mil frascos anuais, com receita equivalente a R$ 164 milhões. A Belcher, filial da farmacêutica americana de mesmo nome, entrou no projeto com estrutura fabril, licenças e registros junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) - hoje há um produto registrado, mas outros cinco devem sair no segundo semestre. "Torcemos para que o mercado de cannabis medicinal cresça. Há espaço para todos", diz Catori, que fez carreira no setor farmacêutico e vê com bons olhos a chegada das grandes nesse mercado.
Segundo Fogaça, seu primeiro contato com o CBD aconteceu há cerca de cinco anos, quando conheceu Francis e começou a usar cannabis no tratamento da filha. "Ela [Olívia] mostrou uma melhora considerável e usa até hoje", diz. Essa não é a primeira operação da Bloxs no segmento de cannabis medicinal. A fintech, que se apresenta como a maior plataforma de ativos alternativos regulada do país, captou R$ 975 mil para a LACann Group. No total, desde 2018, a Bloxs já viabilizou R$ 145 milhões para mais de 75 projetos. Segundo o CEO Guilherme Danelli, agronegócio, energia e setor imobiliário também são setores promissores. "Nossa estratégia é identificar boas oportunidades, levando em consideração cenário de mercado e potencial da empresa e do segmento em que atua"
https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/08/30/akasha-meds-capta-recursos-para-expansao.ghtmlhttps://claudia.abril.com.br/sociedade/francis-mayry-e-henrique-fogaca-instituto-de-maconha-medicinal